Mas porque Almas Castelos? Eu conheci algumas. São pessoas cujas almas se parecem com um castelo. São fortes e combativas, contendo no seu interior inúmeras salas, cada qual com sua particularidade e sua maravilha. Conversar, ouvir uma história... é como passear pelas salas de sua alma, de seu castelo. Cada sala uma história, cada conversa uma sala. São pessoas de fé flamejante que, por sua palavra, levam ao próximo: fé, esperança e caridade. São verdadeiras fortalezas como os muros de um Castelo contra a crise moral e as tendências desordenadas do mundo moderno. Quando encontramos essas pessoas, percebemos que conhecer sua alma, seu interior, é o mesmo que visitar um castelo com suas inúmeras salas. São pessoas que voam para a região mais alta do pensamento e se elevam como uma águia, admirando os horizontes e o sol... Vivem na grandeza das montanhas rochosas onde os ventos são para os heróis... Eu conheci algumas dessas águias do pensamento. Foram meus professores e mestres, meus avós e sobretudo meus Pais que enriqueceram minha juventude e me deram a devida formação Católica Apostolica Romana através das mais belas histórias.

A arte de contar histórias está sumindo, infelizmente.

O contador de histórias sempre ocupou um lugar muito importante em outras épocas.

As famílias não têm mais a união de outrora, as conversas entre amigos se tornaram banais. Contar histórias: Une as famílias, anima uma conversa, torna a aula agradável, reata as conversas entre pais e filhos, dá sabedoria aos adultos, torna um jantar interessante, aguça a inteligência, ilustra conferências... Pense nisso.

Há sempre uma história para qualquer ocasião.

“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc. 16:15)

Nosso Senhor Jesus Cristo ensinava por parábolas. Peço a Nossa Senhora que recompense ao cêntuplo, todas as pessoas que visitarem este Blog e de alguma forma me ajudarem a divulga-lo. Convido você a ser um seguidor. Autorizo a copiar todas as matérias publicadas neste blog, mas peço a gentileza de mencionarem a fonte de onde originalmente foi extraída. Além de contos, estórias, histórias e poesias, o blog poderá trazer notícias e outras matérias para debates.

Agradeço todos os Sêlos, Prêmios e Reconhecimentos que o Blog Almas Castelos recebeu. Todos eles dou para Nossa Senhora, sem a qual o Almas Castelos não existiria. Por uma questão de estética os mesmos foram colocados na barra lateral direita do Blog. Obrigado. Que a Santa Mãe de Deus abençoe a todos.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A gramática e o Cristão


Todos os gramáticos e eruditos ensinam em seus compêndios que as três pessoas do singular são: eu, tu e ele.

Na gramática do cristão essa ordem deve ser alterada. A primeira pessoa será Ele, isto é, o Criador; a segunda será tu, o próximo; e a terceira, então eu, o pecador.

Deus e o pecador aparecem, desse modo, separados pelo próximo, e, no entanto, é o próximo que nos une ao Criador.

Meditai sobre o pensamento famoso de Vladimir Gilkha:

“Nada nos aproxima tanto de Deus como o próximo”.

Quase todos sentem, infelizmente, uma tendência para restringir os seus sentimentos de bondade e fraternidade a um pequeno grupo de amigos íntimos. É este um dos maiores perigos para inclinações egoísticas. Notai que a magnanimidade de Jesus ultrapassou todos os limites das convenções usuais da sociedade. Ele era amigo de homens de todas as castas e de todas as condições. Pensai nas vossas obrigações neste sentido, e não limiteis os vossos sentimentos de fraternidade aos parentes, amigos e companheiros de clube.

É vosso costume ser generoso dentro de certos círculos de conhecimento, fora dos quais não sentis obrigação alguma? Não pode ser discípulo verdadeiro e leal a Jesus aquele que, conscientemente, usa desse exclusivismo anti-social.

Aprendamos a carregar uns os fardos dos outros porque ninguém há sem defeitos, ninguém sem carga, ninguém com força e juízo bastante para si; mas cumpre que uns aos outros nos suportemos, consolemos, auxiliemos, instruamos e aconselhamos.

Bem faz aquele que combate o egoísmo e o procura arrancar de sua alma todas as raízes do amor-próprio.

O amor-próprio – diz Santa Catarina de Sena – o amor-próprio nos separa de Deus e do próximo; a caridade nos aproxima de um e de outro. Um nos leva à morte, o outro à vida; um às trevas, o outro à luz; um suscita a guerra, o outro promove a paz.

Apiedai-vos, apiedai-vos, Senhor, de todos os que imploram a Vossa misericórdia; daí graça aos que dela necessitam e fazei que de tal modo vivamos, que nos tornemos dignos de gozar da Vossa graça e frutifiquemos para a vida eterna. Amém.

autor: D. – Lendas do Céu e da Terra

terça-feira, 26 de abril de 2011

O Eleito de Deus


Abu Ben Adhem, uma noite acordou, depois de plácido sono e, dentro do luar que lhe banhava o quarto, viu, a enriquece-lo, a presença de um anjo que era um lírio em flor e escrevia num livro de ouro. Ben Adhem a quem a excessiva paz tornara temerário, disse à aparição:

- Que escreves tu?

A visão ergueu a cabeça e, com um olhar todo feito de doce complacência, respondeu:

- Os nomes daqueles que amam a Deus.

- E está o meu ente eles? – indagou Ben Adhem com tranqüila serenidade.

- Não, não está – retorquio o Anjo.

Ben Adhem abaixou a voz, mas animado ainda, implorou:

- Então, peço-te que incluas o meu nome na relação daqueles que amam seus semelhantes.

O anjo escreveu e desapareceu.

Na noite seguinte voltou novamente, envolto numa grande luz, e mostrou os nomes daqueles que o amor de Deus elegera, e – eis! – o de Ben Adhem era o primeiro de todos.

(Autor: A. G. – Lendas do Céu e da Terra)

São Francisco e os pássaros selvagens


Um jovem havia apanhado um dia muitas rolas e levava-as a vender. Encontrando-o São Francisco, o qual sempre sentia singular piedade pelos animais mansos, olhando com os olhos piedosos aquelas rolas, disse ao jovem:

"Ó bom moço, peço-te que mas dês, para que passarinhos tão inocentes, os quais são comparados na santa Escritura às almas castas e humildes e fiéis, não caiam nas mãos de cruéis que os matem".

De repente aquele, inspirado por Deus, deu-as todas a São Francisco; e ele recebendo-as no regaço, começou a falar-lhes docemente:

"Ó irmãs minhas, rolas simples e inocentes e castas, por que vos deixastes apanhar? Agora quero livrar-vos da morte e fazer-vos ninhos, para que deis frutos e vos multipliqueis, conforme o mandamento do vosso Criador".

E vai São Francisco e para todas fez ninhos. E elas, usando-os, começaram a pôr ovos e criar os filhos diante dos frades: e assim domesticamente viviam e tratavam com São Francisco e com os outros frades, como se fossem galinhas sempre criadas por eles. E dali não se foram enquanto São Francisco com sua bênção não lhes deu licença de partir. E ao moço que lhas havia dado, disse São Francisco: "Filho, ainda serás frade nesta Ordem e servirás graciosamente a Jesus Cristo".

E assim foi; porque o dito jovem se fez frade e viveu na Ordem com grande santidade.

I FIORETTI

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Evangelho e a Lâmpada Encantada


A palavra Evangelho, tradução do antiqüíssimo termo grego Evanguelion, quer dizer Boa-Nova. Já em tempos imemoriais tinha essa significação, como se pode ver no escrito de Luciano, na versão da Bíblia feita pelos setenta sábios e em muitos outros documentos históricos. Com esse sentido a empregaram os romanos, principalmente no culto dos imperadores.

Fala-nos Goethe, o célebre poeta, de uma Lâmpada Encantada que, quando colocada em casa humilde, a fazia maravilhosamente rica.
O Evangelho do Cristo é como essa Lâmpada Encantada. Torna maravilhosa a vida mais humilde e glorifica todas as relações e deveres.

(fonte: Lendas do Céu e da Terra)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A lenda do barrilzinho


Uma lenda medieval de muita importância, não só por se tratar da Sexta Feira Santa, mas também sobre nossos corações endurecidos à verdadeira conversão.

Habitava nos confins da Normandia um destemido cavaleiro, cujo nome causava terror na região. De seu castelo fortificado junto ao mar, não receava nem mesmo o rei.
De grande estatura e belo porte, era no entanto vaidoso, desleal e cruel, não temendo a Deus nem aos homens.

Não fazia jejum nem abstinência, não assistia à Missa nem ouvia sermões. Não se conhecia homem tão mau.

Numa Sexta-feira Santa, bradou ele aos cozinheiros:

— Aprontai-me para o almoço a peça que cacei ontem.

Ouvindo isto, seus vassalos exclamaram:

— Senhor, hoje é Sexta-feira Santa. Todos jejuam, e vós quereis comer carne? Crede-nos: Deus acabará por vos punir.

— Até que tal aconteça, terei enforcado e roubado muita gente.

— Estais seguro de que Deus tolerará mais isso? Vós devíeis arrepender-vos sem demora. Em um bosque vizinho há um padre eremita, varão de grande santidade. Vamos até lá e confessemo-nos — insistiram os vassalos.

— Confessar-me? Aos diabos! — respondeu com desprezo o senhor.

— Vinde ao menos fazer-nos companhia.

— Para me divertir, concedo. Por Deus, nada farei.

E puseram-se a caminho. Na floresta solitária e quieta encontraram o santo varão na ermida.

Advertido pelos vassalos, que se confessaram, saiu o eremita ao encontro do orgulhoso senhor, que ficara montado. E disse-lhe:

— Sede bem-vindo, senhor. Visto que sois cavaleiro, deveis ser cortês. Desmontai e vinde falar comigo.

— Falar convosco? Por que diabos? Estou com pressa.

— Entrai e conhecei minha capela e minha morada.

Muito a contragosto e resmungando, o cavaleiro apeou. O eremita tomou-o pelo braço, conduziu-o diante do altar e disse-lhe:

— Senhor, matai-me, se quiserdes, mas daqui não saireis sem antes confessar-vos.

— Não contarei nada! E não sei o que me impede de matar-vos.

— Irmão, dizei-me um só pecado. Deus vos ajudará a confessar os demais.

— Diabos! Não me dareis sossego? Eu o farei, mas de nada me arrependerei.

E com grande arrogância contou de um só lance todos os pecados.
Depois de ouvi-lo, o eremita propôs:

— Senhor, pelo menos sujeitai-vos a uma penitência.

— O quê!? Penitência!? Caçoais de mim! — vociferou furioso o cavaleiro.

— Jejuareis todas as Sextas-feiras durante três anos.

— Três anos! Estais louco! Jamais!

— Então, um mês.

— Também não.

— Ireis a uma igreja e direis aí um Padre-Nosso e uma Ave-Maria.

— Para mim seria enfadonho, e ademais, tempo perdido.

— Pelo amor de Deus todo poderoso, pegai pelo menos este barrilzinho, enchei-o no regato próximo e trazei-o de volta para mim.

— Bem, isto não me custa tanto. E sobretudo para ficar livre de vós, concedo.

Saiu o cavaleiro em direção à fonte, e de um só golpe afundou na água o barrilzinho.

Neste não entrou uma gota sequer. Tentou novamente de um jeito, de outro... Nada!

Intrigado e rangendo os dentes de raiva, voltou à ermida e esbravejou:

— Barril enfeitiçado! Não consigo meter-lhe uma só gota de água!

— Senhor, que triste estado é o vosso! Uma criança o teria trazido transbordando. Isto é um sinal de Deus, por causa de vossos pecados.

— Pois eu vos juro que não lavarei minha cabeça, não farei a barba nem cortarei as unhas enquanto não encher este barril, ainda que tenha de dar a volta ao mundo. E nisto empenho minha palavra!

E assim partiu o cavaleiro com o barrilzinho, levando só a roupa do corpo. Em todos os poços e regatos, cascatas e rios, lagos e mares, experimentava encher o pequeno tonel, mas sempre em vão. Caminhando sem cessar, passando frio e calor, por planícies e montanhas, percorreu ele muitos países.
Maltrapilho e sujo, curtido pelo sol, obrigado a mendigar, sofreu fome, insultos e chacotas, pois muitos desconfiavam dele. Seu corpo ia definhando, e o barrilzinho pesava-lhe enormemente, amarrado ao pescoço.

Ao cabo de um ano de fracassos, decidiu voltar à ermida, onde por fim chegou, exatamente na Sexta-feira Santa. O eremita, não o reconhecendo, perguntou:

— Caro irmão, quem vos deu esse barrilzinho? Há um ano entreguei-o a um belo cavaleiro, que não voltou mais aqui. Nem sei se ainda vive.

— Esse cavaleiro sou eu, e este é o estado em que me colocaste! — respondeu cheio de cólera o desgrenhado peregrino, contando a seguir suas desventuras.

O santo homem indignou-se ante tanta dureza de alma, bradando:

— Vós sois o pior dos homens! Um cão, um animal qualquer teria enchido o barril. Ah! bem vejo que Deus não aceitou vossa penitência, porque não vos arrependestes!

E pondo-se a chorar, rogou à Santíssima Virgem que intercedesse por aquele pecador empedernido.

Enquanto o eremita soluçava em sua longa oração, o cavaleiro, quieto, foi tocado pela graça. Seu coração tão duro comoveu-se. Os olhos se lhe turvaram. Uma grossa lágrima rolou-lhe pela face ressequida, caindo diretamente dentro do barrilzinho, que trazia amarrado ao pescoço. E esta única lágrima encheu-o até os bordos.
Sinceramente arrependido, o cavaleiro pediu para confessar-se. O eremita, maravilhado, abraçou-o em prantos de alegria. Após ministrar a absolvição sacramental ao penitente, o eremita perguntou-lhe se queria receber a comunhão.

— Sim, meu pai. Mas apressai-vos, porque sinto que vou morrer.

Tendo recebido o Santíssimo Sacramento, com a alma purificada, o cavaleiro agradeceu comovido ao eremita, e colocou-se em suas mãos. Pouco depois exalava o último suspiro.

A capela iluminou-se, e os anjos levaram sua alma ao Paraíso. Diante do altar, o eremita velou longamente aquele corpo coberto de andrajos, tendo junto de si o prodigioso barrilzinho.

Fonte: Catolicismo, nov. 1978 - Adaptado de "Poètes et prosateurs du Moyen Âge", Hachette, Paris, 1921.

publicado em:

terça-feira, 19 de abril de 2011

Frei leão só podia responder o contrário



Estando uma vez S. Francisco, no princípio da Ordem, com Frei Leão em um convento, onde não havia livro para rezar o ofício divino, ao chegar a hora de Matinas, disse S. Francisco a Frei Leão:

"Caríssimo, não temos breviário, com que possamos rezar Matinas: mas, a fim de passarmos o tempo louvando a Deus, eu direi e tu me responderás como te ensinar; e toma cuidado, não digas as palavras de modo diverso do que te ensinar. Direi assim: 'Õ irmão Francisco, praticaste tanto mal, tais pecados no século que és digno do inferno'; e tu, irmão Leão, responderás: 'Verdadeira coisa é que mereces o inferno profundíssimo"'

E Frei Leão, com simplicidade columbina, respondeu:

"Estou pronto, pai, começa em nome de Deus".

Então S. Francisco começou a dizer: "Ó irmão Francisco, praticaste tantos males e tantos pecados no século, que és digno do inferno". E Frei Leão respondeu: "Deus fará por ti tantos bens, que irás ao paraíso". Disse S. Francisco: "Não digas assim, irmão Leão; mas quando eu disser: 'Irmão Francisco, praticaste tanta coisa iníqua contra Deus, que és digno de ser maldito por Deus', responderás: 'Em verdade és digno de ficar mesmo entre os malditos"'.

E Frei Leão respondeu: "De boa mente, pai".

Então S. Francisco, entre muitas lágrimas e suspiros e a bater no peito, disse em altas vozes: "Ó meu Senhor do céu e da terra; cometi contra ti tantas iniqüidades e tantos pecados que por isso sou digno de ser amaldiçoado por ti".

E Frei Leão respondeu: "Ó irmão Francisco, Deus te fará tal, que entre os benditos serás singularmente bendito". E S. Francisco, maravilhando-se de Frei Leão responder sempre o contrário do que ele havia ordenado, repreendeu-o, dizendo: "Por que não respondes como te ensino? Ordeno-te, pela santa obediência, que respondas como te ensinar. Direi assim: 'irmão Francisco miserável, pensas tu que Deus há de ter misericórdia de ti; não é tão certo que tens cometido tantos pecados contra o Pai da misericórdia e o Deus de toda consolação, de modo que não és digno de encontrar misericórdia?' E tu, irmão Leão, ovelhinha, responderás: 'De nenhum modo és digno de alcançar misericórdia"'.

Mas depois, quando S. Francisco disse: "O irmão Francisco miserável", etc., então Frei Leão respondeu: "Deus Pai, cuja misericórdia é infinita mais do que o teu pecado, fará em ti grande misericórdia e te encherá de muitas graças".

A esta resposta S. Francisco docemente irritado e pacientemente perturbado disse a Frei leão: "Por que tiveste a presunção de ir contra a obediência, e por tantas vezes respondeste o contrário do que te impus?" Respondeu Frei Leão muito humilde e reverentemente: "Deus o sabe, pai meu, que cada vez tive vontade de responder como me ordenaste: mas Deus me fez falar como quis e não como eu queria".

Do que S. Francisco se maravilhou e disse a Frei Leão: "Peço-te afetuosamente que desta vez me respondas como te disser".

Respondeu Frei Leão: "Dize em nome de Deus, que por certo responderei desta vez como queres". E S. Francisco, entre lágrimas, disse: "Ó irmão Francisco miserável, pensas que Deus terá misericórdia de ti?" Responde Frei Leão: "Antes grandes graças receberás de Deus e serás exaltado e glorificado na eternidade, porque quem se humilha será exaltado: e eu não posso dizer de outro modo, porque Deus fala pela minha boca".

E assim nesta humilde contenda, com muitas lágrimas e muita consolação espiritual, velaram até ao amanhecer.

I FIORETTI

segunda-feira, 18 de abril de 2011

OS SAGRADOS CORAÇÕES


Há uma região na França chamada Vandéia (Vendèe). Quando houve a Revolução Francesa perseguindo barbaramente os católicos, os camponeses (chouans) comandados por líderes católicos formaram uma verdadeira resistência, combatendo os revolucionários franceses heroicamente. Muitos deles se dirigiam para a guerra com o rosário pendurado nas mãos e cantando as músicas ensinadas 100 anos antes por São Luiz Maria Grignion de Montfort (musiques du Père Montfort). Em seu pescoço havia uma fita ou escapulário bordado o Sagrado Coração de Jesus.

A resistência foi um ato de heroísmo católico de muita bravura. Vale a pena conferir. Meu irmão Ângelo Miguel as descreveu no seu blog “O Combate”

Em muitas casas em nossos dias, tem na sala um quadro do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria. Eles têm protegido muitos católicos nas guerras.


Em Fátima, Nossa Senhora prometeu: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”. Sou muito devoto dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria.

No final do ano de 2010, ganhei de presente um livro muito bonito: “Ladainha do Sagrado Coração de Jesus” comentado pelo Papa João Paulo II.

O que é a devoção ao Sagrado Coração de Jesus? O que é a devoção ao Imaculado Coração de Maria? E por que o Coração?

O tema é interessante. Como tudo está em crise, a psicologia não ficaria de fora desta crise também. Mas quando se falava em catolicismo nas aulas das escolas, a psicologia tinha uma outra conotação. Na verdade Psicologia é o estudo da alma. Mas como se estuda a alma num mundo materialista? Que só crê na matéria? Por isso a psicologia moderna perdeu muito de seu atrativo quando começou considerar o estudo da mente, e com vistas ao materialismo. Mas ainda há livros muito bons de psicologia, apesar de serem muito raros, mas existem. Recomendo a leitura do livro “Paixões e Caracteres” (Psychológica) de Nicola Mônaco.

Deus criou o homem como um ser composto. Composto de alma e matéria. Os Anjos são puros espíritos, portanto nunca tiveram matéria. As rochas são puras matérias e nunca tiveram espírito. Portanto o homem sendo um ser composto de alma e matéria é a fivela que une o mundo material ao mundo espiritual.

Há na alma humana três coisas: A Inteligência, a vontade e a sensibilidade. Essas características da alma interagem com o corpo material de modo espetacular. Há ainda uma quarta propriedade chamada “percepção” que age com o auxilio da graça. O homem sente um ambiente ruim ou bom de acordo com a graça, mas isso é matéria para outra postagem. Um dia falarei sobre o “Lúmen do Intelecto” (Luz que irradia a Inteligência), sobre a “Vibratio” da Sensibilidade (as vibrações da sensibilidade) e sobre o “Cognitivo” e o “Cognoscitivo” da Vontade (o conhecimento da vontade).

Voltemos ao tema principal: O Sagrado Coração de Jesus.

Porque devoção ao Coração e não ao Pulmão? Ambos são Sagrados. Poderia se dizer que o coração é órgão vital, mais importante. Mas o cérebro também é órgão vital... Então por que o coração? É o coração que envia sangue para todo o resto do corpo. Nele está a vida. Aliás há um grande mistério: o coração bate, pulsa... e não tem nenhuma pilha ou nem é ligado na energia elétrica. O que faz ele pulsar sozinho ? Isso é um mistério? Excelente tema para meditação ou mesmo uma reunião.

Diz-se que quando a pessoa é boa, é por que tem bom coração. Quem faz o bem para os outros tem bom coração. Quem faz o mal, “não tem coração”...

Desvendando o mistério:

Já foi falado que na alma tem três coisas: inteligência, vontade e sensibilidade. Isso todos já sabem. Não é difícil de dizer que a Inteligência da alma tem seus reflexos no cérebro. E também não é difícil de dizer que a sensibilidade da alma tem profunda conexão com os 5 sentidos do corpo humano. Mas e a vontade da alma ? Onde ela teria correspondência no corpo?

É a alma que dá vida ao coração e o faz pulsar incessantemente. E ao coração a alma quis vincular a vontade. Por isso se diz que “quem tem bom coração” é que tem boa vontade. Um homem mau é aquele que “não tem coração” é um “desalmado”.

Ter boa vontade, significa ter fé, ajudar o próximo, querer praticar a doutrina católica em todos os seus termos. Isso é ter bom coração. Quem tem bom coração, ou seja, quem tem boa vontade, aceita com facilidade as verdades da fé.

“Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade.” Ou seja, aos que tem bom coração.

No mundo terreno, quando duas pessoas se gostam e sentem vontade de ficar próxima uma da outra, diz-se que se amam. Desenham um coração e colocam nele os seus nomes. Coração corresponde à Vontade - vontade de se unirem.

Ter devoção ao Sagrado Coração de Jesus, significa fazer a Sua Santa Vontade. Ter devoção à Vontade de Deus. Ter devoção ao Imaculado Coração de Maria, é fazer a Santa Vontade de Nossa Senhora. É ter devoção à Vontade da Santíssima Virgem.

Realmente a vontade da alma está intimamente ligada ao coração. A nossa vontade está vinculada ao nosso coração: “Odeio aquela pessoa de coração” – Isso quer dizer “não tenho a menor vontade de ficar perto daquela pessoa”.

Sendo assim, deixo esta meditação para vocês, meus amigos que AMAM FAZER A VONTADE DE NOSSO PAI E DE NOSSA MÃE. Que os Sagrados Corações de Jesus e de Maria sejam sempre os seus refúgios.

Meditação de caráter privado
de Jorge de Almas Castelos, escravo dos Corações de Jesus e de Maria.

sábado, 16 de abril de 2011

O aniversário teve a confirmação


No ano passado, dia 17 de abril – meu aniversário, eu estava conversando sobre apostolado no mundo moderno. Ao chegar de noite em casa, rezei as minhas orações pedindo a Nossa Senhora, como sempre peço, entre outras coisas, pela conversão dos homens e pela Santa Igreja.

Após ter rezado, me veio uma idéia. Por que não criar um blog? Não sei quem vai ler, não sei se alguém vai se interessar, mas vou tentar.

E assim, no próprio dia 17 de abril comecei a estruturar o Blog com dificuldade, pois conheço pouco sobre internet. Depois de muito custo, o Blog inicial ficou pronto. De forma simples, sem a elegância e a decoração que eu via nos outros blogs, mas era o que eu estava conseguindo fazer.

Depois eu tinha que pensar que postagem eu iria fazer. Acabou o dia 17, passou o dia 18 e no dia 19 de abril de 2010 foi publicado a primeira postagem com o texto que posteriormente acabaria sendo a apresentação do blog. Lembro-me das primeiras pessoas que se tornaram meus amigos e amigas, e que me apoiaram sem me conhecer, incentivando-me.
Lembro-me das dificuldades.

Lembro-me das pessoas que foram chegando um a um, seguindo-me, enviando e-mails, me dando sugestões. Sou grato a todos, pois sem vocês que me seguem, que comentam, que visitam, para que serviria meu blog?

Outra questão me preocupava. Era preciso ter uma foto que representasse o blog. Que foto eu deveria colocar? Na dúvida, melhor rezar. Pedi a Nossa Senhora que me ajudasse a escolher uma foto para colocar no blog, bem como pedi que Ela me ajudasse a levar mensagens de fé e esperança às pessoas.

Depois das orações, como eu gosto muito de castelos, e meu blog se chama Almas Castelos, resolvi colocar um castelo para simbolizar o blog.

Há na Escócia uma região, que eu gosto muito, chamada Terras Altas da Escócia. Entrecortada por vários rios e lagos, e rodeada pelo Mar as Terras Altas (Highlands) muitas vezes trazem brumas tão espessas que não se enxerga absolutamente nada. São comuns essas brumas cobrirem pequenas cidades fazendo-as “sumirem” o que torna a região muito misteriosa. Ora aparecem as cidades, ora elas somem nas brumas. Há até uma lenda na região de que uma cidade só aparece a cada 300 anos.

Em uma ilha muito pequena e rochosa em Loch Duich, situada entre três lagos (Loch Long, Loch Alsh e Loch Duich) e muito próxima do Mar, à oeste das Terras Altas Escocesas, se encontra o Castelo Eilean Donnan. Está preso ao continente por uma ponte muito bonita. O famoso Castelo vive isolado, no silencio e nas águas, e às vezes desaparece nas brumas espessas.

Aqui estava a solução. Silêncio, isolamento, muros altos... dava uma idéia de vida monástica. E era justamente isso o que eu queria. Mas com tantos castelos maravilhosos... e de esplendor... Por que eu deveria escolher este tão...sisudo? A resposta em minha mente foi simples: parece um castelo eremítico... vida de oração, vida monástica, pois o momento exige sacrifícios pela conversão da humanidade (como havia pedido Nossa Senhora de Fátima: “rezem pela conversão dos pecadores”).

E ali eu achei por acaso o castelo Eilean Donnan, e resolvi adotar essa imagem como símbolo do meu apostolado. Assim se passou o tempo e eu nunca fui buscar a história do castelo e sua origem.

Agora que meu Blog completa um ano de existência, sem saber o que postar, resolvi falar sobre esse castelo. Ao pesquisar, tive um grande espanto que me deixou profundamente comovido. Larguei o computador e fui na capelinha de Nossa Senhora que tem na minha casa e rezei agradecendo graça tão especial. Explico o que aconteceu:

Coincidência ou uma graça indicando o caminho?

No ano de 580 DC um Bispo Irlandês, que também era abade de um mosteiro, resolveu procurar um lugar mais voltado para a solidão. Com esse propósito acompanhado por 50 monges, foi para uma ilha da Escócia que só se tinha acesso pelo mar, para lá fundar um mosteiro e formarem uma pequena comunidade vivendo na solidão e na oração.

Esse santo abade chamava-se Donnan, e a ilha chamava-se Eigg no Inner Hebrides – local que servia de pastoreio de ovelhas.

Donnan era amigo e discípulo de Santo Columba.

No ano de 617, bárbaros noruegueses chegaram pelo mar na pequena ilha. Era noite da véspera da Páscoa e Santo Donnan rezava a Santa Missa. Vendo os ferozes bárbaros, foi pedido a eles que aguardassem a conclusão do Santo Sacrifício da Missa. Depois disso São Donnan e seus cinqüenta companheiros foram todos degolados e queimados.

A igreja canonizou o mártir Santo Donnan e companheiros, cuja data se comemora no dia 17 de abril – data do meu aniversário e data em que iniciei a construção deste Blog.

O curioso é que a data de início de construção do Blog, coincide justamente com a data de martírio de Santo Donnan, cujo Castelo aleatoriamente escolhi para representar o Blog.

Coincidência ou uma Graça confirmando que era isso que Nossa Senhora queria que eu fizesse?

A partir deste dia a ilha passou a ser conhecida por Eilean Donnan (Ilha de Donnan). Nesse local foi construído um castelo que lembrasse a virtude do Monge, Abade e Mártir. E é esse castelo de Eilean Donnan que hoje representa meu blog. O Castelo de Eilean Donnan (em gaélico escocês, Eilean Donnáin – idioma falado oficialmente na Escócia) foi construído no início do século XIII, como defesa contra os Vikingues, nessa pequena ilha em Loch Duich, a oeste das Terras Altas Escocesas (Highlands). A partir de meados do século XIII, o castelo toma grande importância estratégica, torna-se o "Reino do Mar" dos Senhores das Ilhas. É acessível principalmente por via marítima.

Eilean Donan é a estrutura perfeita defensiva. Ao longo dos séculos, o castelo sofre expansões e reduções de tamanho. O castelo medieval era provavelmente maior, com torres e uma parede que englobava quase toda a ilha. A torre principal se destaca no ponto mais alto da ilha. Por volta do final do século XIV, a área ocupada pelo castelo é reduzida para cerca de um quinto do original. Em 1263, Alexandre III doou o castelo a Colin Fitzgerald, filho do Conde de Desmond e Kildare (depois se tornar MacKenzies) como recompensa pelos serviços dele na Batalha de Largs, contra o exército Norueguês. Durante a sua história foi alvo de disputa entre diferentes Clãs. Em 1511, o clã MacRae, como protetores dos MacKenzies, herdou o castelo.

Destruído pelas guerras, o castelo foi restaurado entre 1919 e 1932, pelo tenente-coronel John MacRae-Gilstrap. A restauração incluiu a construção de uma ponte arcada a fim de oferecer um acesso mais fácil à ilha.

Uma curiosidade é que Eilean Donnan possui uma das duas únicas escadas em espiral para canhotos situadas em castelos na Grã-Bretanha, visto que o rei do tempo da construção do castelo era canhoto.

Atualmente, Eilean Donnan é o lar do clã MacRae.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ser mãe é construir uma Catedral

Dificil fazer um comentário por um vídeo tão cheio de conteúdo. Ver o vídeo dispensa qualquer comentário. Bom é falar de histórias, mas essa é a história atual de nossos dias. A realidade de muitas mães de nossos dias. Vejam e reflitam. Conhecem a mulher invisível? Ela existe.


terça-feira, 12 de abril de 2011

São Tomé e a assunção de Nossa Senhora


Diversos Santos Padres da Igreja contam que os Apóstolos foram milagrosamente levados para Jerusalém na noite que precedera o desenlace da Bem-aventurada Virgem Maria.

São João Damasceno, um dos mais ilustres doutores da Igreja Oriental, refere que os fiéis de Jerusalém, ao terem notícia do falecimento de sua Mãe querida, como a chamavam, vieram em multidão prestar-lhe as últimas homenagens e que logo se multiplicaram os milagres em redor da relíquia sagrada de seu corpo.

Três dias depois chegou o Apóstolo S. Tomé, que a Providência divina parecia ter afastado, para melhor manifestar a glória de Nossa Senhora, como dele já se servira para manifestar o fato da ressurreição de Nosso Senhor.

São Tomé pediu para ver o corpo de Nossa Senhora. Quando retiraram a pedra, o corpo já não mais se encontrava. Do túmulo se exalava um perfume de suavidade celestial!

Como o seu Filho e pela virtude de seu Filho, a Virgem Santa ressuscitara ao terceiro dia. Os anjos retiraram o seu corpo imaculado e o transportaram ao céu, onde ele goza de uma glória inefável.

Nada é mais autêntico do que estas antigas tradições da Igreja sobre o mistério da Assunção da Mãe de Deus, encontradas nos escritos dos Santos Padres e Doutores da Igreja, dos primeiros séculos, e relatadas no Concílio geral de Calcedônia, em 451.

Fonte: http://www.lepanto.com.br
Lepanto – Frente Universitária & Estudantil

domingo, 10 de abril de 2011

O melhor livro depois dos Evangelhos


Não se sabe quem escreveu o livro “Imitação de Cristo”. O que se sabe é que foi obra de vários autores de várias épocas diferentes. Os dois primeiros livros foram escritos por um abade de monges para uso de seus religiosos. Porém continua o mistério de sua real autoria (até hoje anônima). Como dos 66 manuscritos 60 trazem a assinatura de Tomás de Kempis, atribui-se sua autoria a ele, mas sabe-se com toda a certeza de que não foi um só o autor; os outros continuam no anonimato.

Depois do Evangelho, que vem de Deus, de todos os livros que saíram das mãos do homem, o mais admirável e o mais popular é a “Imitação de Cristo”: nenhum outro mereceu maior estima entre os homens, nem parece mais bem feito para cada um deles, quando o lêem.

Não é ele obra engenhosa do saber humano, posto que seu autor conheça a fundo o nosso coração e saiba falar-lhe a linguagem de suas aspirações íntimas; é a efusão de uma alma iluminada do céu e penetrada do profundo sentimento das coisas divinas.

Vejamos o primeiro capítulo da Imitação de Cristo:

Quem me segue não anda nas trevas, diz o Senhor (Jo 8,12). São estas as palavras de Cristo, pelas quais somos advertidos que imitemos sua vida e seus costumes, se verdadeiramente queremos ser iluminados e livres de toda cegueira de coração. Seja, pois, o nosso principal empenho meditar sobre a vida de Jesus Cristo.

A doutrina de Cristo é mais excelente que a de todos os santos, e quem tiver seu espírito encontrará nela um maná escondido. Sucede, porém, que muitos, embora ouçam freqüentemente o Evangelho, sentem nele pouco enlevo: é que não possuem o espírito de Cristo. Quem quiser compreender e saborear plenamente as palavras de Cristo é-lhe preciso que procure conformar à dele toda a sua vida.

Que te aproveita discutires sabiamente sobre a SS. Trindade, se não és humilde, desagradando, assim, a essa mesma Trindade? Na verdade, não são palavras elevadas que fazem o homem justo; mas é a vida virtuosa que o torna agradável a Deus. Prefiro sentir a contrição dentro de minha alma, a saber defini-la. Se soubesses de cor toda a Bíblia e as sentenças de todos os filósofos, de que te serviria tudo isso sem a caridade e a graça de Deus? Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade (Ecle 1,2), senão amar a Deus e só a ele servir. A suprema sabedoria é esta: pelo desprezo do mundo tender ao reino dos céus.

Vaidade é, pois, buscar riquezas perecedoras e confiar nelas. Vaidade é também ambicionar honras e desejar posição elevada. Vaidade, seguir os apetites da carne e desejar aquilo pelo que, depois, serás gravemente castigado. Vaidade, desejar longa vida e, entretanto, descuidar-se de que seja boa. Vaidade, só atender à vida presente sem providenciar para a futura. Vaidade, amar o que passa tão rapidamente, e não buscar, pressuroso, a felicidade que sempre dura.

Lembra-te a miúdo do provérbio: Os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir (Ecle 1,8). Portanto, procura desapegar teu coração do amor às coisas visíveis e afeiçoá-lo às invisíveis: pois aqueles que satisfazem seus apetites sensuais mancham a consciência e perdem a graça de Deus.

Capitulo I da Imitação de Cristo

sábado, 9 de abril de 2011

Frades inspirados pelo Espírito Santo

Estando S. Francisco uma vez, nos princípios da Ordem, recolhido com os seus companheiros a falar de Cristo, em um convento, no fervor de espírito mandou a um deles que em nome de Deus abrisse a boca e falasse de Deus o que o Espírito Santo lhe inspirasse.

Obedecendo o irmão à ordem e falando maravilhosamente de Deus, S. Francisco lhe impôs silêncio e mandou a outro irmão que fizesse o mesmo.

Obedecendo este, e falando sutulíssimamente Deus, S. Francisco lhe impôs o silêncio e ordenou ao terceiro que falasse de Deus. O qual semelhantemente começou a falar tão profundamente das coisas secretas de Deus, que certamente S. Francisco conheceu que ele, como os dois outros, falava pelo Espírito Santo. E isto ainda se demonstrou por nítido sinal; porque, estando neste falar, apareceu Cristo bendito no meio deles sob as espécies e em forma de um jovem belíssimo, e abençoando-os, encheu-os a todos de tanta doçura, que todos foram arrebatados de si mesmos, sem sentir nada deste mundo. E depois, voltando eles a si, disse-lhes S. Francisco:

"Irmãos meus caríssimos, agradecei a Deus, que quis pela boca dos simples revelar os tesouros da divina sapiência; porque Deus é aquele que abre a boca aos mudos e faz falar sapientíssimamente a língua dos simples".

I FIORETTI

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Pedrinhas amarradas numa cordinha


Uma vez, numa conversa tranqüila entre amigos, fiquei sabendo de uma história muito interessante.

No início do monaquismo, os monges se reuniam para rezar e cantar todos os dias os 150 Salmos de Davi. No entanto havia monges iletrados que não podiam acompanhar as leituras, pois não sabiam ler. Assim, com o passar do tempo, resolveu-se substituir os 150 Salmos por 150 Pai Nossos, que depois foram intercalados com Ave Marias, e assim os que não sabiam ler poderiam acompanhar as orações.

Para que os monges não “se perdessem” nas 150 orações, amarravam 150 pedrinhas numa cordinha e assim podiam contar, sem o risco de deixar de saber quantas orações já tinham rezado e quantas faltavam para rezar.

Com o decorrer dos anos foram acrescentando-se outras pequenas orações e depois algumas meditações de passagens Bíblicas. Foram se ajeitando ordenadamente essas orações, diminuíram as passagens Bíblicas ficando resumidas a apenas 15. Também com o passar dos anos foi tomando forma mais definida essa cordinha cheia de pedrinhas amarradas. E assim aconteceu.

Santa vida monástica... Uma vez, um dos santos monges estava andando calmamente pelo claustro, quando observou que havia um outro monge ajoelhado diante da imagem de Nossa Senhora rezando “com as pedrinhas”. Isso era normal, no entanto o que chamou a atenção foi o fato de haver alguém com o monge. Isso causou estranheza. Quem seria que estaria com o monge tão rodeado de luz? Ao se aproximar ficou arrebatado em êxtase e nesse êxtase teve uma visão:

Quem estava perto do monge rezando, era o seu próprio Anjo da Guarda. E a cada AVE MARIA que o monge rezava aparecia um botão de rosa vermelha em sua boca; e cada PAI NOSSO rezado aparecia em sua boca um botão de rosa branca. Esses botões de rosas eram colhidos pelo Anjo da Guarda e colocado aos pés da imagem de Nossa Senhora para orna-la.

E assim, essa “cordinha com pedrinhas” ficou sendo conhecida como oração das rosas... ou ROSÁRIO... E se dividirmos o ROSÁRIO em três partes iguais: temos o terço (1/3). Três terços completam um Rosário. Com isso essa devoção ficou acessível a todas as demais pessoas: religiosos e leigos.

Nossa Senhora aprovou e abençoou essa prática piedosa, tanto que em diversas aparições pediu a todos: “REZEM O TERÇO TODOS OS DIAS”. Quem somos nós para desobedecer Nossa Senhora? São inúmeras as graças que recebem todas as pessoas que rezam o terço diariamente: um verdadeiro tesouro. Então por que não rezar? Com essa breve introdução, publico hoje um artigo escrito por um amigo:

TERÇO TODOS OS DIAS? Pra que?

Talvez você se pergunte: “Terço todos os dias? Pra quê?”… Os sábios desse mundo não entendem a sabedoria dessa oração humilde, o terço é uma oração feita com Maria, a mãe de Jesus, aquela que estava nas “bodas de Caná da Galiléia” (Cf Jo 2, 1-12)

A mãe de Jesus em Fátima-Portugal, disse: “Filhos, rezem o terço todos os dias”. Porque estamos cegos e surdos? Porque não aceitamos a maternidade espiritual de Maria??? Aquela que intercedeu nas “bodas de Caná” e por causa de sua intercessão apressou a hora do primeiro milagre de Jesus, é por desígnio divino nossa mãe, a mãe de todos os remidos pelo sangue redentor de Jesus Cristo (Cf Jo 19, 26-27). O “terço todos os dias” é um meio de estarmos seguros contra as investidas de satanás, o inimigo da nossa salvação.

Não podemos imaginar a alegria de Nossa Senhora quando atendemos o apelo dela e assim, todos os dias, tomamos o terço nas mãos… Rezar o terço é aceitar a maternidade de Maria, é se colocar como uma criança pequena no colo da mãe de Jesus, nossa mãe… é não se agitar, é confiar e permanecer na paz sempre, em todas as situações da vida… Precisamos pensar sobre isso! Estamos em tempos decisivos, é tempo de nos colocarmos no refúgio preparado por Deus, o refúgio do Imaculado Coração de Maria. A mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça (Cf. Apocalipse 12, 1-2) nos convoca à oração em todas as suas aparições na terra, será que ela está falando para as paredes???… Muitos tiveram um encontro pessoal com Jesus e voltaram atrás porque após o encontro pessoal com Jesus não se decidiram pela “oração diária”, aqueles que rezam o terço todos os dias não desistem da estrada da santidade, avançam no caminho de conversão… Nas mensagens da Virgem Maria ela nos ensina que a oração do terço é para esses tempos, estamos em tempos de decisão, o céu precisa da nossa colaboração, o terço é a oração para esses tempos finais, precisamos nos decidir, precisamos nos preparar para a volta de Jesus… Porque não se preparar? Porque não atender o apelo da mãe de Jesus? São apenas 10 ou 15 minutos de oração com Maria todos os dias… Você não tem tempo?… Estejamos vigilantes na oração, resta-nos pouco tempo, o tempo de nos prepararmos é agora, precisamos orar mais e mais para que no “tempo de escuridão sobre a terra” estejamos cheios de luz e paz, aguardando a volta de Jesus. Diz o livro do Apocalipse que Ele (Jesus) virá e enxugará as nossas lágrimas, viveremos com Ele por toda a eternidade. Amém! Aleluia! “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará”, essa é uma profecia de Maria em Fátima-Portugal, todos os que entrarem no abrigo seguro do seu coração maternal através do “terço todos os dias” triunfarão com ela…Precisamos nos preparar, precisamos vigiar na oração. É preciso decisão, fidelidade na oração, perseverança, disciplina. Tome uma atitude! Acorde!

By ANJO AMIGO - Servus Jesu et Mariae!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Verbos e advérbios


Gérson, célebre chanceler dos merovíngios, dizia, com muita graça que “Deus, em nossa vida, olha mais para os advérbios do que para os verbos”.

Qual a razão de tão curiosa preferência? Como explica-la do ponto de vista gramatical?

A resposta é fácil e não oferece a menor dúvida:

O verbo exprime a ação; o advérbio, o modo com que a fazemos. Deus olha, antes de tudo, o modo e não a ação.

Quer saber como rezamos, respeitosamente, freqüentemente – e não, apenas, se rezamos. Assim em tudo.

No trabalho, no amor ao próximo, na fé cristã, Deus aprecia os advérbios que devem nobilitar, engrandecer e exaltar as ações.

Autor: G.P.S.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Voce é único


Voce pode ser substituído por outra pessoa, como uma peça de máquina???

NINGUÉM É SUBSTITUÍVEL!!!

Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores. Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça:

- Ninguém é insubstituível.


A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio. Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada. De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:

- Alguma pergunta?


- Tenho sim. E Beethoven?


- Como?
- o encara o gestor confuso.

- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?


Silêncio. O funcionário fala então:

- Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar. Quem substituiu Beethoven? Vivaldi ? Michelangelo? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Albert Einstein? etc...

O rapaz fez uma pequena pausa e continuou:

- Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis. Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Não estaria na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizar energia em reparar seus 'erros ou deficiências'?


Nova pausa e prosseguiu:

- Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Vivaldi era doente... O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos. Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.


- Se seu gerente ou coordenador, ainda está focado em 'melhorar as fraquezas' de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder que barraria Beethoven por estar começando a ficar surdo; Vivaldi por ter sido doente; Garrincha por ter as pernas tortas; Albert Einstein por ter notas baixas na escola; Beethoven por ser surdo. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.


Olhou a sua a volta e reparou que o Diretor, olhava para baixo pensativo. Continuou:


- Seguindo este raciocínio, caso pudessem mudar o curso natural, os rios seriam retos não haveria montanha, nem lagoas nem cavernas, nem homens nem mulheres... nem chefes nem subordinados… Apenas peças…


- Nunca me esqueço quando o “Zacarias” dos Trapalhões faleceu. Ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim:


- Estamos todos muito tristes com a ‘partida’ de nosso irmão Zacarias... e hoje, para substituí-lo, chamamos:.. Ninguém... pois nosso Zaca é insubstituível.
– concluiu o rapaz e o silêncio foi total.

Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso.

PORTANTO NUNCA ESQUEÇA: VOCÊ É UM TALENTO ÚNICO! COM TODA CERTEZA NINGUÉM TE SUBSTITUIRÁ!

"NO MUNDO SEMPRE EXISTIRÃO PESSOAS QUE VÃO TE AMAR PELO QUE VOCÊ É… E OUTRAS… QUE VÃO TE ODIAR PELO MESMO MOTIVO… ACOSTUME-SE A ISSO… COM MUITA PAZ DE ESPÍRITO…"


(recebido por e-mail, desconheço a autoria)

A mulher curiosa

Estava um religioso a cozinhar numa pousada suas magras viandas. Uma mulher, que morava na vizinhança, meteu os olhos pela janelinha que lhe ficava fronteira e pouco distante, e perguntou-lhe, em tom de gracejo, se lhe faltava alguma coisa.

- Sim, falta
- respondeu o santo. Alguns ladrilhos e um pouco de barro para entaipar essa janela.

As palavras do santo envolviam claramente uma censura à curiosidade importuna de sua vizinha. Ensinam os teólogos que não devemos criticar o procedimento dos outros nas coisas que não nos dizem respeito. Temos muito que fazer em nós mesmos e em o nosso interior, sem que nos seja preciso importar-nos com o que respeita aos outros. É isto excelente remédio contra a maledicência.

Quando São Pedro teve a curiosidade de perguntar a Jesus o que acontecia a João, ouviu do Mestre esta resposta célebre:

Que te importa a ti? Segue-me! Por que perguntas coisas que não te dizem respeito?


Desfrutaríamos de muita paz se não nos ocupássemos de ações e palavras que não pertencem ao nosso cuidado. Como pode, por muito tempo, viver em paz quem se intromete nos negócios alheios, quem sai em busca de relações exteriores, e pouco ou raramente se recolhe em si mesmo?

Bem-aventurados os simples, porque gozarão de muita paz.

(“Lendas do Céu e da Terra”)

domingo, 3 de abril de 2011

Tempo de refletir: quaresma


Na quaresma devemos refletir: "que utilidade teve o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, se nós nem nos convertemos direito?"


Se eu vos falasse só de amor, eu verdadeiramente não lhes quereria bem. Por isso digo a verdade. A verdade é dura, e muitas vezes não agrada. Mas quem ama seu próximo não deve mentir. Por isso vos digo: Abram os olhos, acordem desse mundo romântico que só existe na imaginação dos sonhadores. Amem a Deus de todo o coração. Odeiem o mal. Quem não odeia o mal, não ama o bem.

Aproximam-se dias de grandes acontecimentos. Rezem o terço todos os dias, como Nossa Senhora de Fátima pediu.

Trago para reflexão as palavras do Profeta Ezequiel (capítulo 7):

A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: Eis o fim. O fim vem para todos os quatro cantos da terra. Chegou o fim para ti, vou desencadear contra ti a minha cólera, vou julgar-te de acordo com o teu procedimento e fazer cair sobre ti o peso de todas as tuas práticas abomináveis. Não te tomarei em consideração, serei sem complacência, pedirei conta de teu proceder, e todos os teus horrores serão manifestos no teu meio. Então sabereis que sou eu o Senhor. Eis o que diz o Senhor Javé: uma desgraça única! Eis que irá suceder: uma desgraça! O fim se avizinha, o fim se aproxima, ele desperta para cair sobre ti; ei-lo! Tua vez é chegada, habitante da terra! É vindo o momento, o dia está próximo; não há mais alegria sobre as montanhas; é o pânico.

Vou em breve desencadear o meu furor contra ti, fartar a minha cólera, julgar-te segundo o teu proceder; farei cair sobre ti o peso das tuas abominações. Não te tomarei em consideração, serei implacável, pedirei conta de teu proceder, e todos os teus horrores serão manifestos no teu meio. Então sabereis que sou eu o Senhor que fere.

Eis o dia! Ei-lo que chega. Tua vez chegou. A vara floriu o orgulho produziu seus frutos! Soa a trombeta; está tudo pronto; mas ninguém marcha para o combate, porque o meu furor se desencadeia sobre toda a multidão. Fora, a espada; dentro, a peste e a fome. Quem estiver no campo perecerá pela espada; o que se encontrar na cidade será devorado pela peste e pela fome. Se alguns chegarem a se refugiar nas montanhas, gemerão como as pombas dos vales, cada qual por causa do seu pecado. Sua prata e seu ouro não poderão salvá-los no dia da cólera do Senhor.

sábado, 2 de abril de 2011

O Tradicional está se tornando moderno


Já há tempos que eu venho noticiando que a Tradição está voltando. O gosto pelas modas tradicionais está sendo comum entre certo setor da juventude, e música clássica está crescendo cada vez mais.

Hoje ao abrir a Revista Veja São Paulo de 06 de abril de 2011, me deparei com uma notícia que confirma o que venho afirmando ao longo de minhas postagens:

Na foto vemos o jovem Lucas, de apenas 12 anos, que foi aplaudido de pé numa das salas de concertos mais importantes da Capital de São Paulo: A Sala São Paulo.

Lucas Targino Farias é a composição do que define uma criança-prodígio: talento precoce, dedicação e um pouco de sorte. Natural da cidade de Guarulhos em São Paulo, o menino de 12 anos de idade começou a tocar violino aos 4.

Estuda cinco horas por dia e, há um ano, caiu nas graças do Maestro João Carlos Martins.

“Virei bolsista da Bachiana Filarmônica Sesi-SP” – orgulha-se.

No sábado passado (dia 26/03/2011), na ocasião da abertura da temporada 2011 da orquestra, Lucas emocionou como solista em um concerto para violino de Johann Sebastian Bach. Foi aplaudido de pé pelo público da imponente Sala São Paulo. Diz o jovem:

“O carinho das pessoas me motiva a ser o melhor”.

SALA DE CONCERTOS SÃO PAULO